Especiais Infantís que marcaram
época
Pirlimpimpim
Direção
de Paulo Netto, direção geral de Augusto César Vanucci, direção
musical de Guto Graça Mello
e produção de Nalygia Santos.
O
programa foi levado ao ar pela Rede Globo, na faixa de programação
“Sexta Super”, dia 8 de outubro de 1982, às 21h. Foi
apresentado pela menina Aretha e fez parte das comemorações do
centenário de nascimento do escritor Monteiro Lobato.
No
infantil, a magia da obra de Monteiro Lobato foi desenvolvida a
partir do imaginário sugerido pela palavra Pirlimpimpim.
Participaram do especial o elenco do Sítio do Picapau Amarelo
(1977) e diversos cantores, como Jorge Benjor, Moraes Moreira,
Baby Consuelo, Lucinha Lins, Zé Ramalho, Dona Ivone Lara, Fábio
Jr., Ângela Ro Ro, Bebel Gilberto, Ricardo Graça Mello e Jane
Duboc, que deram vida a diversas criações do escritor.
No
programa, Aretha é levada por besouros para um passeio no Sítio
do Picapau Amarelo, onde encontra o Visconde de Sabugosa (Moraes
Moreira), que apresenta “Pirlimpimpim”, música de Moraes
Moreira e Fausto Nilo, tema do programa. O próprio Visconde leva
a menina para conhecer outra moradora do Sítio, a boneca Emília
(Baby Consuelo), que, dormindo na caixa de costura, acorda
mal-humorada. Mas logo é envolvida por Aretha e, entre muitas
brincadeiras, canta “Emília, A Boneca Gente”, de Pepeu Gomes
e Baby Consuelo.
Disco
de platina para "Pirlimpimpim": No meio em pé João
Araújo, diretor da Som Livre. Em volta a equipe que criou e
produziu a trilha do musical com Ezequiel Neves (de joelhos, no
centro) e Guilherme Arantes. O disco atingiu 250 mil cópias
vendidas.
Sempre
absorvida pela leitura de histórias de aventura, Narizinho (Bebel
Gilberto) não se dá conta de toda a movimentação no Sítio, e
parte para uma fabulosa viagem de balão. Para conhecer seu herói
Pedrinho (Ricardo Graça Mello), Aretha é obrigada a realizar uma
viagem no tempo. Depois de vencer inimigos, como piratas, Pedrinho
parte para salvar o Visconde, que havia caído no mundo da lua. É
lá, ao som de “Lindo Balão Azul”, de Guilherme Arantes,
interpretada por Pedrinho, Narizinho, Emília e Visconde, que eles
vão descobrindo as maravilhas do universo. Além dessas, muitas são
as aventuras vividas por Aretha e toda a turma.
Quando
o sonho acaba, como num passe de mágica, Aretha se vê sozinha no
Sítio do Picapau Amarelo. Acompanhando uma animação criada por
Still, ela tenta reencontrar seus amigos no mundo da fantasia,
mas, sem sucesso, volta para casa ao som de “Real Ilusão”, de
Daltony Nóbrega. As gravações do especial foram realizadas no
Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, durante quatro dias.
Guilherme
Arantes: Eu tinha a sinopse que o Guto me passou e tinha
Monteiro Lobato ali comigo. "Lindo Balão Azul" foi
feita em cima dessa sinopse, foi produzida mesmo, não foi aquela
coisa que vem da inspiração. Levei uns dias tentando entrar no
clima do musical e aí saiu. Foi uma música rápida, sem aquele
namoro com as idéias.
Plunct!
Plact! Zuuum!
Texto
final de Wilson Rocha, direção geral de Augusto César Vannuci e
direção de Paulo Netto.
Exibido
em 3 de junho de 1983, às 21h na faixa de programação “Sexta
Super”, foi o primeiro de uma série de musicais infantis que a
Rede Globo apresentou no mesmo ano, seguindo a linha dos programas
premiados que deram origem ao projeto: Vinícius Para criança –
Arca de Noé (1980), Arca de Noé II (1981) e Pirlimpimpim (1982).
Plunct, Plact, Zuuum foi resultado de uma criação coletiva.
Proibidos
de fazer as coisas de que gostavam, as crianças Aretha, Bruno
Netto, Fabiano Vanucci, Marinela Graça Mello e Paulo Vignolo
planejam fugir de casa. Eles encontram um titeriteiro (José
Vasconelos) que passa a lhes contar histórias. Assistem então à
chegada de uma estranha nave espacial, montada com peças de
ferro-velho e objetos esquecidos. Assim, começa a aventura do
grupo, com o apoio de um estranho ser que viaja dentro de um
carrinho de bebê. No caminho, as crianças encontram muitas
novidades, como um burocrata que exige os documentos da nave (Raul
Seixas), um planeta feito de doces e outro habitado por formigas
gigantes.
Tudo
foi especialmente produzido para o programa, desde os textos até
as músicas, e diversos artistas participaram da história, entre
eles Jô Soares (mestre-cuca e rei), Fafá de Belém (sereia),
Eduardo Dusek (o mestre da matemática) e Maria Bethânia (fada)
que interpretou o grande sucesso de Guilherme Arantes e Jon Lucien
"Brincar de viver". Raul Seixas foi responsável pelo número
musical “O carimbador maluco”; Sérgio Sá criou a música
“Gruta das formigas”; Já Nelson Motta e Lulu Santos
compuseram “Sereia”, interpretada por Fafá de Belém. A música
de abertura e encerramento do programa, “Use a imaginação”,
foi cantada por José Vasconcelos e pelas crianças.
Para
a montagem do programa, o Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, foi
transformado em uma plataforma de lançamentos de foguetes.
Usaram-se recursos como o chromakey (que permite que a imagem
captada por uma câmera possa ser inserida sobre outra, criando-se
a impressão de primeiro plano e fundo), que simulava o vôo dos
personagens. Foram também criados por Stil desenhos animados para
alguns quadros e balés de bonecos, e objetos surgiam entre os
atores e cantores em cenários multicoloridos.
O
sucesso do musical rendeu a produção de um disco pela gravadora
Som Livre, com a trilha sonora do espetáculo. A escolha das músicas
e dos intérpretes foi feita por Guto Graça Mello, diretor
musical do especial, e Ezequiel Neves, os mesmos de Pirlimpimpim.
O programa também ganhou uma medalha de prata no International TV
Film of New York, em 1983.
A Turma do Pererê
Criação
de Ziraldo, direção de Guto Graça Mello, direção Geral de
Augusto César Vanucci
e produção de Gabriela Vanucci.
O
programa foi exibido no último dia da Semana da Criança idealizada
pela Rede Globo (12/10/1983, quarta, 21h30). A história
inspirou-se na revista em quadrinhos homônima, também de autoria
de Ziraldo e lançada 20 anos antes. A publicação foi a primeira
a exibir personagens brasileiros totalmente em cores e a segunda a
exibir o personagem Pererê, lançado na revista O Cruzeiro, na década
de 1950.
A
história de A Turma do Pererê começa quando o índio Tininim
(Ricardo Graça Mello) decide trocar a vida da floresta pela
confusão da cidade. Ele se diz cansado do verde e do cheiro de
mata e decide partir para a civilização, apesar dos pedidos de
sua namorada Tuiuiú (Marinela Graça Mello). A onça Galileu
(Carlos Leite) convoca toda a turma da Mata do Fundão para uma
reunião de emergência. Preocupado, o Saci Pererê (Genivaldo
dos Santos) resolve também viajar para ver como seu amigo está
se saindo em meio aos ônibus, prédios e metrôs. Pererê e seu
redemoinho partem deixando Galileu em perigo na mata. Enquanto
isso, os compadres caçadores desenvolvem uma máquina infalível
para matar Galileu, o troféu mais cobiçado pelos membros do
Sindicato dos Caçadores.
O
programa foi elaborado no estilo de uma opereta, em que a história
é contada com a ajuda de músicas, algumas com letras do próprio
Ziraldo. Para interpretá-las foram convidados, entre outros, Sérgio
Reis e Os Violeiros de Guarulhos, que cantaram “Canção dos caçadores”;
Wanderléia, que ficou com “Desperta, Saci”; Fagner, com
“Espantalho”; Luiz Melodia, com “Agulha num palheiro”; Zezé
Motta, com “Tininim”; e Gal Costa, que interpretou “Grande
final”. As letras das canções foram compostas por Fagner,
Guilherme Arantes ("Acorda Saci"), Ivan Lins e Daltony Nóbrega,
entre outros.
No
elenco ainda estavam Lina do Carmo (Alan, o macaco), Floro
(Moacir, o jabuti), Ferrugem (Geraldinho, o coelho), Paulo Vignolo
(Pedro Vieira, o tatu), Arai (Boneca de pixe), Augusto Olímpio
(Compadre) e Antonio Carlos (caçador). Foram usados como cenários
desenhos típicos das histórias em quadrinhos, com pontos
ampliados e reticulados, além dos recursos onomatopéicos,
característicos dessas publicações. As máscaras dos bichos
foram criadas por Stroessel, procurando seguir os desenhos de
Ziraldo. Para manter a fidelidade ao espírito brasileiro de Pererê,
foram usados acessórios e roupas de índios das tribos do Xingu.
A Turma do Pererê introduziu um novo truque na televisão
brasileira, em que máscaras permitem aos bichos assumirem expressões
faciais iguais às humanas.
Pirlimpimpim II
Texto
de Wilson Rocha, direção de Paulo Netto, direção de Augusto César
Vannucci. Foi ao ar no Dia da Criança, 12 de outubro de 1984,
“Sexta Super”, 21h20.
Último
especial infantil a ir ao ar no ano de 1984, Pirlimpimpim II teve
produção musical de Guto Graça Mello. A trilha sonora do
programa foi composta por Guilherme Arantes, responsável pelo
grande sucesso do primeiro musical – Pirlimpimpim (1982). Para
este trabalho ele contou com a parceria do poeta paranaense Paulo
Leminsky, com quem criou canções como “Xixi nas estrelas” e
“Milongueira da Sierra Pelada”.
Um dia, achando que a vida
no Sítio do Picapau Amarelo andava excessivamente monótona, Emília
decide criar o Grande Circo da Emília, ex-Gran Circo de
Escavalinhos, com atrações que chamassem a atenção de todas as
galáxias. Com a ajuda da palavra mágica “pirlimpimpim”, Emília
transporta toda a sua turma para os mais distantes lugares do
universo. Este é o ponto de partida para Pirlimpimpim II,
que reuniu, além do elenco habitual do Sítio do Picapau Amarelo
(1977), diferentes atores interpretando os conhecidos personagens
de Monteiro Lobato. "Xixi nas Estrelas", de Guilherme
Arantes estourou como hit em todo o país, alcançando o 2º lugar
nas FMs do Rio de Janeiro e São Paulo.
Xixi
nas Estrelas: Cavalgando em plena lua, à espera do dragão,
São Jorge observa as espaçonaves russas e americanas se
aproximando e exclama indignado: "Quem foi que disse que eles
podem vir aqui, nas estrelas fazer xixi?". Uma das canções
mais curiosas e surpreendentes surgidas na música brasileira. O
telefone desempenhou papel fundamental para o bom resultado do
disco. Isso porque Guilherme Arantes e Paulo Leminski só se
conheceram pessoalmente depois que suas canções estavam prontas
para a gravação. Encarregado pela gravadora Som Livre de compor
a trilha sonora do programa, Guilherme que morava em São Paulo
escolheu Leminski, que era de Curitiba, como parceiro apenas pelo
que conhecia de sua poesia.
Paulo
Leminski: Sugeri os versos ao Guilherme por telefone e ele
ficou tão entusiasmado que a canção surgiu em poucos minutos. |