Guilherme Arantes
em entrevista ao Fanzine Lance Legal falou sobre a
presença dos britânicos Adrian Sherwood e Brother Culture em seu
estúdio Coaxo do Sapo, sobre a cantora Maria Bethânia e ainda relembrou Pete Dunaway, cantor/compositor
brasileiro, que produziu o seu primeiro disco Guilherme Arantes,
de 1976.
Fanzine - quais os
projetos e produções em andamento no seu estúdio, na Bahia?
Guilherme Arantes: Em
novembro do ano passado estiveram comigo Brother Culture e Adrian
Sherwood, uma dupla de ingleses da cena dub, que é um reggae
politizado. Eles se apresentaram em Camaçari e fizemos um trabalho
juntos, de 15 dias no Coaxo do Sapo. O Adrian é o
fundador do selo/gravadora On-U-Sound e o cantor MC Brother
Culture é um DJ da escola "Fast-Chat". Eles tem um programa de
rádio em Londres e já trabalharam com nomes como Sinead O' Conor,
Depeche Mode, Simply Red e Peter Gabriel, entre outros. Também estamos
produzindo o primeiro disco do compositor Sérgio Passos, autor da
música Deixo, que foi sucesso na voz da Ivete Sangalo (tema da
novela Sete Pecados).
Fanzine - O disco "Lótus" teve
execução em rádios MPB. "Um Grão de Amor" deverá ser a próxima
música de trabalho? E a música "Vai e Vem" (Amor de Carnaval), foi
mesmo composta para um comercial de TV de projeto residencial em
Salvador?
Guilherme - Pode ser
sim a música de trabalho
porque ela é uma música bem "executável". Blue Moon Para Sempre tá tocando nas rádios Alpha e Nova Brasil FM.
Respondendo a outra pergunta, o
comercial usava um pedaço apenas. E eu aproveitei o tema,
colocando a letra do Nelsinho Motta.
Fanzine - Como vai ser o "Clube de
Fidelidade", divulgado em seu site?
Guilherme - Isso é
uma coisa que eu vou fazer no futuro, quando eu parar de fazer
shows. As pessoas vão poder ter uma gravação em vídeo feita por
mim, personalizada. Eu registrei a idéia na Biblioteca Nacional.
Ainda não está funcionando porque eu não tive tempo, por causa dos
shows.
Fanzine - O disco "Coração
Paulista", de 1980, não teve execução em algumas cidades, como o
Rio de Janeiro, por causa do nome. Você acredita que o mesmo
acontece agora com "Salvador, primavera e outono"?
Guilherme -
Não. É o contrário. A cidade é que não quer que ela faça sucesso
com essa música. O pessoal não gostou de eu tentar "vender" Bahia
com ela porque eu critiquei o axé e que era muito ligada ao ACM
(Antonio Carlos Magalhães, ex-senador) e por causa das bandas que
foram "bombadas" pela prefeitura da cidade.
Fanzine - O que você acha da idéia
de produzir em seu estúdio, um disco de reencontro do grupo Moto
Perpétuo e um disco que traria de volta o cantor Pete Dunaway
(Otávio Augusto), que foi o produtor do seu primeiro disco na Som
Livre, em 1976?
Guilherme - Eu até
cheguei a pensar em ressuscitar o Moto Perpétuo. O problema é que
o grupo não foi nenhum The Police, para fazer todo esse trabalho.
Já o Pete Dunaway eu tenho uma gratidão enorme por ele, que foi um
cara que enxergou o meu talento. Ele é primo do Boni (TV Globo) e
quando eu lancei o segundo disco ele não estava mais na Som Livre,
em 1977. Hoje ele é um publicitário. O último contato que tive com
o Otavinho foi num show do Barra Shopping, em 1988/89, no Rio.
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